Gustavo começa a entrevista contando sobre a publicação do seu livro e sobre como se aproximou dos conceitos de Freud e Winnicott na graduação. O livro traz um debate sobre a dependência versus independência de Winnicott em relação à obra de Freud. O psicanalista conta, também, sua trajetória de trabalho em instituições diversas e fala da importância do ambiente para a clínica psicanalítica. Ele traz um pouco da sua experiência como psicólogo na política habitacional e do valor da escuta dos sujeitos e grupos.
No segundo bloco, Gustavo fala do seu trabalho como psicólogo jurídico, sobre o funcionamento da justiça restaurativa e participação comunitária, além dos reflexos do diálogo entre os campos jurídico e psicanalítico; conta sobre suas experiências na saúde mental e na atenção básica, na Estratégia Saúde da Família. As situações de vulnerabilidade possibilitam um embasamento Winnicottiano da sua prática; o trabalho com profissionais de outras áreas e as consultas conjuntas, exercidas pela equipe, resultam numa questão que se desdobra em sua pesquisa de doutorado.
No terceiro bloco, Gustavo fala da construção da sua pesquisa e da busca por referenciais nos documentos do SUS. Ele aprofunda-se no tema das consultas conjuntas, comentando sobre as transferências que se estabelecem entre os profissionais e sobre os riscos e possibilidades dessa ferramenta. Para ilustrar, relata um caso clínico trabalhado na tese. Na ocasião da entrevista, Gustavo estava prestes a fazer um estágio em Paris e conta um pouco sobre o intuito deste estudo. E, para finalizar, dá uma dica para os principiantes da prática clínica.
*Gustavo Vieira é psicanalista, psicólogo do TJ do estado de SP, Mestre em Psicologia pela UFPR, doutorando em Psicologia pelo IPUSP e autor de “Winnicott e o narcisismo primário: da dependência rumo à independência”.