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QUINTA-FEIRA XIV DO TEMPO COMUM
Mt 10,7-15: De graça recebestes, de graça deveis dar!

PE. CRITOVAO,SVD
Caríssimos irmãos e irmãs, continuamos com esta a reflexão, da profeta Oséias e também do evangelho de Mateus sobre o envio dos apóstolos.
Os textos de hoje, nos fazem pensar sobre que imagem criamos de Deus, a partir de nossas próprias experiências de fé.
Muitos de nós dizemos que Deus é amor, mas, nos ensinaram que ele é amor, a partir do novo testamento, porque Jesus em seu novo mandamento, apresenta-o especialmente num contexto de misericórdia.
É certo que Jesus revelou a misericórdia do pai, mas esta era também a sua missão: regatar a confiança do seu povo em Deus, não como aquele do olho que tudo vê e está pendente das nossas faltas, mas, um Deus que é capaz de sofrer por nós.
O antigo testamento de um modo geral, foi interpretado por muito tempo, com a projeção de um Deus castigador, ressentido, colérico, vingativo, rancoroso. Um personagem que nos aproxima mais do temor do que do amor. Era chamado, Deus dos exércitos, todo poderoso, etc.
Porém, se observarmos bem, são textos que falam mais das más atitudes humanas que da natureza de Deus.
O texto de hoje, do profeta Oséias, segue contrapondo esta imagem tão negativa de Deus. A primeira leitura de hoje contém uma das mais belas expressões do amor de Deus pela humanidade.
“Quando Israel era criança, eu já o amava, e desde o Egito chamei-o meu filho. Quanto mais eu os chamava, tanto mais eles se afastavam de mim; Ensinei Efraim a dar os primeiros passos; tomei-os em meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles. Eu os atraía com laços de humanidade, com laços de amor; era para eles como quem leva uma criança ao colo e rebaixava-me a dar-lhes de comer.
Neste texto Deus revela-se, não só como um pai amoroso, com o coração ardente e sofrido, por causa da indiferença de seus filhos, mas, como uma mãe que protege e alimenta seus filhos. Uma mensagem que supera uma interpretação relacionada com o poder e assume uma característica amorosa.

Muitos, no tempo de Jesus afastaram-se da religião, exatamente porque a mensagem que lhes chegava aos ouvidos era de um olhar equivocado sobre Deus. Uma fé cheia de proibições, regras excessivas; matava-se em nome da lei de Deus e pouco se falava de paz, de dignidade, de reconciliação e misericórdia.
Jesus envia seus discípulos como se eles tivessem que nadar contra a corrente:
Em suas instruções, estão o modelo de vida de todo cristão.
Anunciar a chegada do Reino de Deus; curar os enfermos; ressuscitar os mortos, purificar os expulsar os demônios; ser Mensageiros da paz. Dedicar a vida aos outros sem esperar algo em troca; Não somente com palavras, mas também com obras eles se poriam a serviço do Reino.
Onde a vida fosse defendida, restaurada ou garantida, aí estaria acontecendo o milagre do Reino, cuja presença seria historicamente perceptível.
A vida de Jesus é o ponto de referência da ação do apóstolo. A fidelidade à missão acontece na medida em que realmente Jesus continua atuando na pessoa de seus enviados.
Quem rejeita esta mensagem, é porque está comprometido com a morte e o sofrimento da humanidade: por isso o evangelho termina lembrando a destruição de Sodoma e Gomorra, como exemplo do fim daqueles que se negam ao caminho do bem.
Senhor, Deus da vida. Livrai-nos da ingratidão, de não reconhecer a tua proteção, teu amor e cuidado sobre nós. Fazei-nos mais conscientes de que não somos nada sem a tua presença, tua paz, e tua proteção. Amém.