SÁBADO XIII DO TEMPO COMUM
Pe.Cristóvão,svd
Mt 9,14-17: Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?
Hoje o evangelho está cheio de simbologias que enriquecem e amadurecem nossa fé.
Nos fala sobre a prática do jejum em três escalas: dos fariseus, dos discípulos de João Batista e dos discípulos de Jesus. Neste sentido é uma crítica aos rituais vazios que já não transmitiam a ação de Deus para o povo.
Os discípulos de Joao querem saber porque os discípulos de Jesus não jejuam, pois era comum entre seguidores de algum mestre espiritual esta prática. Mas Jesus quer desvincular o jejum de um simples ritual e devolver seu sentido de prova espiritual, onde as necessidades do corpo não deveriam ser mais fortes que a nossa capacidade de fé.
Pelo que podemos entender, Jesus não nega a importância dessa pratica, mas sugere que ela deve ser feita para dar fortaleza a grandes decisões da vida, como nas suas tentações no deserto, onde jejuou 40 dias, antes de ser levado à cruz.
O problema aqui não é tanto o jejum em si, mas a novidade do reino de Deus.
Muitos jejuavam clamando a Deus para que enviasse o messias para salvá-los de tantos sofrimentos. O povo de Israel vivia em função dessa esperança.
Se o jejum é um sacrifício de expiação para pedir algo a Deus, o que foi pedido já foi concedido: por isso Jesus usa o exemplo do noivo. Se a noiva jejua para que Deus lhe dê um bom esposo, o sacrifício acabou, pois ele já chegou.
Vinho novo e vinho velho, cada um em seu devido lugar, para saber degustar a riqueza de cada um.
Jesus não nega a sabedoria do antigo testamento, que deu origem a essas práticas rituais, mas, elas eram uma preparação de sua chegada. A partir dali, o vinho novo é mais importante, pois não bastam só as pratica religiosas, mas uma renovação do modo de viver de todos. O que Jesus nos deixa de mensagem para hoje nesse evangelho é:
O passado, é fato, tem sim suas funções, as quais devem ser respeitadas, pois uma pessoa que não aprende com sua própria história é alguém fadado a “bater a cabeça sempre na mesma quina”.
Porém, não basta ser fiel à história, mas deixar de ser vítima dela e construir nova história. Para isso ele nasceu, morreu e ressuscitou por nós: para inaugurar uma nova historia para a humanidade.