A década de 70, como um todo, foi um dos momentos mais produtivos da música.
Mas temos um ano em especial que marca esse solo fértil brasileiro.
Foi o ano de 1972. Um recorde de produções de altíssimo nível e nós vamos trazer alguns exemplos aqui hoje:
Trata-se do primeiro disco de Gil após a volta do exílio em Londres.
O nome do trabalho é uma homenagem ao trem no qual Gil deixava sua cidade natal em direção a Salvador. Entre as clássicas estão a faixa-título e os sucessos Chiclete com Banana e O Sonho Acabou;
Tamanha era a inspiração naquele momento que Lô Borges produziu dois trabalhos, um em parceria com Milton Nascimento, e o outro de maneira solo. Um tênis surrado por uma vida ainda breve, mas cheia de histórias e andanças. “Lô Borges” foi lançado quando tinha apenas 20 de idade.
Esse clássico foi gravado em Londres, lugar que acolheu Caetano Veloso durante o exílio, e é uma alegoria de tudo que acontecia na vida de Caê. Suas novas descobertas, um novo idioma, novos ritmos, e a saudades de sua Terra.
Acabou Chorare era algo totalmente novo para os próprios Novos Baianos. Os rumos foram outros depois da amizade com João Gilberto, e sofreram uma inteira reformulação sonora e poética. Um respiro ao momento melancólico, tenso e obscuro que ocupava a música, a Ditadura Militar no Brasil.
Clube da Esquina é também a beatlemania aliada ao folclore. É o Jazz e a Bossa Nova em copos de cerveja. Numa época em que o prazer em ouvir música exigia um esforço a mais, era uma época em que passava-se um mês todo desfrutando o mesmo Vinil, Clube da Esquina, foi um álbum duplo.
Esse disco dos Mutantes foi o último a ser feito com a parceria do trio original e criativo: Rita, Arnaldo e Sérgio. Era a última vez que a psicodelia mutante se reunia, sendo, inclusive, um ritual de passagem ao rock progressivo. Fato que desagradava a Rita Lee.
Após o sucesso de Jardim Elétrico, Cometas no País do Baurets mudava os rumos que a banda tomava.
A gíria baurets é invenção de Tim Maia, e significa cigarro de maconha. Mas o lance na época, na verdade, era outro. A pira da vez era o LSD. Não só para os Mutantes, a droga era uma das principais fontes de inspirações e viagens para outras bandas pelo mundo afora.
Apesar desse novo caminho tomado por eles, que no momento contavam oficialmente com os músicos Liminha e Dinho, o disco tem um grande valor artístico.
Postado há 13th August 2017 por Melissa Brendler
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