Rita Lee é uma figura inigualável da nossa música. A cantora, instrumentista e compositora influencia mulheres de diversas outras gerações.
Influencia na música, na atitude e no rompimento de padrões e paradigmas, muitos deles limitadores dentro do campo das artes, e principalmente dentro do rock. Ela já passou por poucas e boas, altos e baixos, mas nunca deixou de produzir música de altíssima qualidade, seja lá qual for a sua fase, desde os idos Mutantes, até o embranquecer dos cabelos vermelhos (antes loiros e rebeldemente angelicais).
QUANDO Rita Lee deixou os Mutantes, já havia deixado uma incipiente e até hoje desvalorizada carreira solo (composta pelos discos Build Up, feito para um projeto da Rhodia, e por Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida, um álbum dos Mutantes lançado em seu nome para não concorrer com o disco do grupo que havia sido lançado pouco antes). Sem saber o que fazer da vida, havia cogitado várias hipóteses, até a de desistir da música. E até a de suicídio.
Praticamente seguindo, mesmo sem querer, os passos de seu ídolo David Bowie, Rita tentara começar no folk: juntou-se com a amiga e afilhada musical Lucia Turnbull e montou as Cilibrinas do Éden, que tocavam rock acústico fantasiadas de fadas voadoras. A dupla durou o suficiente para realizar um show flopado no festival Phono 73, em 1973, e desistir. A época era para rock progressivo, hard rock, coisas impávidas e colossais. Quem fizesse rock teria que soar alto. Lá fora, o glitter rock já dominava a cena, os precursores do punk eram o que havia de mais moderno, o progressivo ainda reinava, David Bowie era o fodão e a guitarra espacial de Marc Bolan era o que havia de bom. No Brasil havia MPB politizada e censurada, torturas, um cenário rockeiro incipiente e relegado ao underground, além da indefectível dupla samba e futebol. Foi nesse pé que Atrás do Porto tem uma Cidade... chegou nas lojas.
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