No capítulo 15 de Lucas, Jesus ensina acerca da parábola da Dracma Perdida. O texto nos revela que uma mulher tinha dez dracmas, mas, por descuido, perdeu uma delas em sua própria casa. O Senhor usou um exemplo com valores monetários para tratar sobre valores eternos. É necessário refletirmos sobre o que perdemos ao longo da nossa caminhada com o Senhor e que precisa ser restaurado (Lc 15:8).
Essa parábola nos leva a refletir que podemos perder a nossa comunhão com o Espírito Santo ao permitirmos que o nosso relacionamento com Ele se torne mera rotina. Alguns sintomas revelam que o amor pela presença de Deus está se esfriando: quando a Bíblia deixa de ser o nosso pão diário; quando o nosso coração não está mais sensível à voz do Espírito; e quando não há mais lágrimas em nossos olhos. Muitas vezes as nossas desculpas se tornaram verbetes, e então dizemos que agora somos “maduros na fé”. Contudo, o apóstolo Paulo nos lembra que esse mesmo sentimento estava no coração dos gálatas, que iniciaram pelo Espírito, mas terminaram na carne, perdendo a sensibilidade e o amor (Gl 3:3).
Quando nos acostumamos com o nosso próprio modo de viver, o nosso “paladar espiritual” é alterado. O doce agora é amargo, e o amargo se torna doce, pois o costume é como um anestésico que nos paralisa e tira a nossa percepção de que estamos mortos espiritualmente. Deus não escolheu Sua igreja para um relacionamento frio, mas nos forjou no fogo do Seu amor para queimarmos por Ele constantemente, pois a verdadeira adoração não é apenas de lábios, mas com a nossa própria vida, exalando o bom perfume.
Não podemos nos acostumar com a presença de Deus e nem tornar o nosso relacionamento com Ele um hábito, antes, devemos compreender que o Senhor sempre tem algo novo para falar aos nossos corações (Mt 6:6). Existe prazer em Sua Presença (Sl 16:11), e é necessário estarmos atentos e prudentes, pois o Noivo vem!
Se verdadeiramente o Espírito do Senhor habita em nós, não seremos movidos pela nossa natureza caída, mas receberemos a mente de Cristo, de forma a estarmos inclinados à Sua vontade (Rm 8:5). A mentalidade da carne é morte e desânimo, mas a do Espírito é ânimo, vigor e paz.
Deus deseja despertar a Sua igreja! Precisamos fazer uma análise do nosso eu e de como está o nosso relacionamento com Cristo, pois assim conseguiremos perceber o que perdemos ao longo da nossa caminhada. Esse é o tempo de nos aproximarmos do Senhor. Ele tem um encontro marcado conosco, e limpará nossas mãos e purificará o nosso coração (Tg 4:8). Precisamos conhecer a Cristo e anelar a Sua presença, de forma tal que sejamos achados nEle (Fp 4:8-9).