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Recursos de inteligência artificial cada vez mais avançados e acessíveis têm permitido a criação de vídeos com imagens de personalidades dizendo o que nunca falaram ou fizeram. “A gente conseguiu muito mais acesso, rapidez, velocidade na transmissão das informações e a gente avançou muito pouco na maneira de compreender essas informações e distinguir aquilo que é um fato lógico de uma fabricação total da realidade baseado naquilo que eu quero acreditar que ela seja”, resume o professor em educomunicação da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP) Marciel Consani.

As deep fakes (falsificações profundas, em tradução livre) normalmente são feitas a partir da alteração do movimento dos lábios da pessoa e de programas que transformam texto em áudio, criando um conteúdo que, muitas vezes, é oposto ao pensamento daquela pessoa. Diante dos riscos do crescimento da desinformação na web, o letramento digital na escola é tido como um importante recurso para que crianças e jovens aprendam a distinguir o que é verdadeiro do que é falso.

“Essas fake news, desinformação, deep fakes – embora seja material que atrapalha a vida das pessoas, porque pode gerar uma série de problemas – podem ser trabalhados na sala de aula para poder apresentar aos estudantes como é que foi construído esse material, essa produção. E aí o professor precisa obviamente se aperfeiçoar, para que possa fazer uma mediação na hora em que as pessoas se impactarem com aquela informação, ele poder desconstruir essa informação”, aponta o coordenador do núcleo de educomunicação da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e criador do programa Imprensa Jovem Carlos Lima.

No áudio, Consani e Lima dão dicas para os professores que pretendem trabalhar esses conteúdos com alunos e levar o letramento digital para a escola.