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Sobre a ambição desmedida - Sêneca
As reflexões de Sêneca em suas cartas a Lucílio nos alertam sobre os perigos da ambição sem limites e da busca incessante por bens materiais. Ele descreve a vida do tolo como vazia de gratidão e cheia de medos, sempre voltada para o futuro. Mergulhamos em nossos desejos cegos e nos envolvemos em empreendimentos que nos prejudicam, mas nunca nos satisfazem verdadeiramente.
Se pudéssemos aprender a estar satisfeitos com o que temos, já teríamos alcançado a satisfação há muito tempo. Devemos refletir sobre o quão agradável é não depender da fortuna e não exigir nada além do necessário. É nobre estar contente e encontrar a felicidade interna, em vez de depender do acaso.
Quando nos comparamos aos outros, é importante lembrar que há muitos que estão atrás de nós. Devemos ser gratos aos deuses e apreciar a vida que tivemos, contemplando quantos homens já superamos. Fixar um limite para nossos desejos e evitar a busca desenfreada por bens materiais nos liberta dessa sede insaciável.
Sêneca nos adverte sobre a ilusão dos bens materiais, que parecem melhores quando apenas os desejamos do que quando realmente os alcançamos. Se houvesse algo de substancial neles, nos satisfariam mais cedo ou mais tarde. No entanto, eles apenas despertam a sede daqueles que estão sedentos por mais.
Devemos nos livrar dessas armadilhas enganosas e abandonar a busca por bens que servem apenas para exibição. Em vez disso, devemos nos concentrar em nós mesmos e no desenvolvimento pessoal. Por que exigir da Fortuna que nos dê mais, quando podemos nos satisfazer com o que já temos?
Ao adotarmos uma postura estoica diante da ambição sem limites, aprendemos a valorizar a gratidão, a viver o momento presente e a encontrar contentamento na simplicidade. Cultivar o autodomínio, a autorreflexão e o foco no desenvolvimento pessoal nos afasta das armadilhas dos bens materiais e nos direciona para a verdadeira fonte de satisfação e realização: a virtude.
Veja essas frases de Sêneca na carta escrita ao seu amigo Lucílio:
"A vida do tolo está vazia de gratidão e cheia de medos, seu curso está totalmente voltado para o futuro."
2. "Estamos mergulhados em nossos desejos cegos em empreendimentos que nos prejudicarão, mas certamente nunca nos satisfarão."
3. "Se pudéssemos estar satisfeitos com qualquer coisa, teríamos sido satisfeitos há muito tempo; nem refletimos o quão agradável é exigir nada, quão nobre é estar contente e não depender da fortuna."
4. "Quando você vê muitos à frente de você, pense quantos estão atrás! Se você agradecer aos deuses e ser grato por sua vida passada, você deve contemplar quantos homens você superou."
5. "Fixe um limite que você não vai sequer desejar ultrapassar, se tivesse a capacidade. Finalmente, então, livre-se de todos estes bens traiçoeiros!"
6. "Eles [bens materiais] parecem melhores para aqueles que esperam por eles do que para aqueles que os alcançaram. Se houvesse algo substancial neles, mais cedo ou mais tarde o satisfaria; como são, eles apenas despertam a sede dos sedentos."
7. "Fora com trastes que apenas servem para exibição! Quanto ao que o futuro incerto tem reservado, por que eu exigiria da Fortuna que ela me dê ao invés de exigir de mim mesmo que eu não deseje?"
