CINDER E ASHE [QUADRINHO] (1988):
Nossas atuais discussões sobre as pautas identitárias nos levaram a um estranho para paradoxo: que a punição dos culpados é menos importante do que a superação de seus atos. Muito tem se advogado que devemos proteger as vítimas costumeiras da crueldade humana nascida da hierarquia de poder capitalista, sem abolir ou superar o próprio Capitalismo.
Resumindo, algo como falar a um motor à combustão que não emita poluentes.
Esse tipo de moralismo bem-intencionado, disfarçado de ética caridosa liberal e inócua, visa tentar resolver por meio do discurso efeitos próprios da materialidade.
OU SEJA, APENAS É UMA FALA IMPOTENTE QUE TENTA CASTRAR TODOS AO REDOR.
Porque leis que previnem esse tipo de mazelas no Capitalismo, sem desmontar as suas estruturas econômicas, apenas podem restringir meios que elas acontecem e não eliminá-las
EM BREVE ESSAS FORÇAS IRÃO SE EXPRESSAR DE OUTRAS FORMAS.
Mas para que servem essas leis então? A longo prazo elas apenas dão mais instrumentos legislativos para que o Irmão-Capitalismo tenha mais controle sobre aqueles que deviam ser protegidos.
TENTE DISCUTIR RACISMO, MISOGINIA, HOMOFOBIA, TRANSFOBIA, MACHISMO, XENOFOBIA EM QUALQUER REDE SOCIAL, PARA VER COMO SEU ALCANCE É LIMITADO.
Em suma, as leis que estamos pedindo estão impedindo o debate sobre o que tentamos superar.
LOGO ESTÃO SENDO USADAS PARA NOS CENSURAR. NOS DOIS SENTIDOS DESSA PALAVRA.
E isso está acabando com nossa empatia uns pelos os outros.
MAS QUEM SÃO ESSES “UNS PELOS OUTROS”?
NÓS; NÓS O QUE SOBROU DA COMBUSTÃO DOS MOTORES ECONÔMICOS, A MATÉRIA CINZA TÓXICA.
Este quadrinho que resenho mostra que o cinza dos explorados é a base da compaixão e finalmente das chamas da intimidade.
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