THE FLASH [FILME] (2023):
Está um pouco em desuso a prática de classificação das civilizações por meio de suas tecnologias. Isso se dá quando de uma relativização do que chamamos de “evolução”, uma vez que a crítica ao eurocentrismo anda colocando em xeque se tal ideia não passa de apenas bairrismo tornado universal.
Porém os críticos menos desavisados desse conceito tendem a falar tolices, ao pensar que não poderia haver paralelos e analogias entre as tecnologias dos diversos povos, mesmo que eles estejam presentes em diversas geografias.
PORQUE A HUMANIDADE É DE CERTO MODO REALMENTE A GRANDE MEDIDA DA REALIDADE, PORQUE ELA É NOSSA PRÓPRIA TOTALIDADE HISTÓRICA.
Em última análise isso quer dizer que dependendo do local e das materialidades disponíveis, combinado com corpos humanos razoavelmente funcionais certas tecnologias tendem a ser desenvolvidas em paralelo, mesmo que tais povos não tenham tido contato direto uns com os outros.
E mais, o que chamamos de “eurocentrismo”, em verdade, bebe em uma série de raízes asiáticas e africanas que foram eclipsadas justamente devido a nossa ilusão ótica eugênica de acreditar que realmente os seres humanos que transformaram a Europa realmente surgiram de lá, como diziam os mitos aersiries, tal qual fossem uma floresta plantada.
Contudo tais tecnologias também tinham seu prazo de validade, o famoso destino: em dado tempo histórico o domínio das mesmas levava a sua inevitável obsolescência, devido a seu sucesso. Isso explica o fim de cada era, que dá lugar a outra, que tende a ter as mesmas necessidades, que serão atendidas mais rapidamente e de maneira mais eficiente pela nova tecnologia.
Isso explica porque se usava a classificação de certas civilizações por meio do modelo místico clássico das eras metálicas, passando por eras de ouro, prata, metais nobres, até a coligação das eras das ligas metálicas, como as de bronze e a romana, a de “aço”.
EM CIMA DESSA IDEIA É QUE SURGIRAM AS CLASSIFICAÇÕES DAS ERAS NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS.
E o primeiro personagem da ERA DE PRATA (1956–1970) foi justamente o FLASH (1956), herói inspirado no mito greco-romano de HERMES/MERCÚRIO.
Ali estava tudo o que seria esse período das histórias em quadrinhos… e que voltará a ser.
