Filtrando a água barrenta da esperança.
Geralmente interpretações proletárias sobre a vida de trabalhadores são escassas, predominantemente aparecendo de maneira incidental na mídia.
Já as que os apresentam de maneira estereotipada, como seres que não possuem muita ganância,via de regra equiparada com falta de amor-próprio são abundantes.
TEM SENTIDO, MAS NÃO SEMPRE.
Nas mídias de comédia, esse estilo de narração irônica da vida pelo viés dos pobres, é que eles aparecem mais. Porém, continuam sendo representados como seres que são pouco ambiciosos, querendo na maioria das vezes seguir sua vida tranquilamente.
Exemplos disso são séries como THE OFFICE (2005–2013), BROOKLYN NINE-NINE (2013-), e no âmbito das animações, OS SIMPSONS (1989-), UMA FAMÍLIA DA PESADA (1999-).
Existe uma variação dessa proposta em que pessoas de origem humilde, por algum motivo alcançam a riqueza e se tornam algo como pobres com dinheiro (pois não têm a socialização burguesa), e talvez seu grande exemplo seja BOJACK HORSEMAN (2014–2020).
Nessas todas o vazio existencial na vida do trabalhadores é retratado por uma fuga constante deles para os prazeres do cotidiano, sejam drogas, seja a vida familiar, os esportes, onde certa noção niilista serve como grande guia.
NA MAIORIA DELAS, O PROTAGONISTA É MASCULINO.
Este é o diferencial da série de animação que aqui resenho: somos apresentados nela ao vazio existencial de uma trabalhadora de escritório, uma panda vermelha antropomorfizada.
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