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Sobre meu irmão.

Tem gente que fica ofendida por eu chamar o Capitalismo de Irmão. Acham que deveria destilar todo um ódio, justificado, contra esse sistema econômico e sua deliberada organização desonesta e que visa a manutenção de práticas de acumulação em prol das classes dominantes e expropriação das dominadas.

Que é no mínimo um tanto infantil dar esse nome fraterno a um modo de organização social que propositadamente criou o racismo, e que ampliou o machismo e a homofobia lhes dando o status de economias políticas coligadas, coordenadas e complementares que em nome da aferição de mais-valia nega a felicidade e satisfação de milhões de pessoas.

Essas mesmas pessoas se perguntam se esse termo que utilizo em verdade oculta certa simpatia, a qual tenderia com o tempo a uma possível capitulação em favor de seus gestores, uma entrega, uma aliança tácita que se completaria em algum momento e eu passaria a defender abertamente o que repetidamente estou criticando.

Que por baixo dessas críticas existe uma admiração pelo que ele é, por sua habilidade em criar situações de controle e de manutenção de poder. Isso explicaria minhas críticas à esquerda, pois em verdade, eu nunca teria sido dela, sempre sendo quase um infiltrado que não tem coragem de assumir lados.

ESSAS PESSOAS ESTÃO VENDO ELAS MESMAS.

As vítimas do capitalismo que não levam em conta que ele de fato tem vantagens em sua construção, negam parte do que ele é, e lentamente passam a reformulá-lo. E com o tempo se tornam o próprio sistema.

AO TENTAR DERROTÁ-LO, O COLOCAM NO CENTRO DE SUA EXISTÊNCIA, E COM O TEMPO VEM A APERFEIÇOA-LO

O sistema capitalista em verdade os transformou em seus anexos, quase suas sombras. Sua raiva e necessidade de vê-lo humilhado fazem com que percam seu objetivo real, se tornando apenas meros positivistas cooptados.

EU NÃO PADEÇO DESSE MAL.

Nesse quadrinho que resenho está a inspiração de como e porque eu chamo o capitalismo de irmão.

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