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Adivinha quem vem para ensinar o jovem proletariado inglês?

Um fato que geralmente passa batido é o de que há poucos professores negros do sexo masculino ministrando aulas em escolas públicas: eu mesmo tive apenas um, que eu me lembre, e eu sou o único que muitos de meus alunos tem e tiveram. Há vários motivos para isso: no Brasil, em particular, depois da escravidão, os negros do sexo masculino foram substituídos nos postos de trabalho pela mão-de-obra vinda principalmente da Itália e da Espanha. Já grande parte das mulheres negras conseguiram colocação no mercado de trabalho como empregadas domésticas, ou outras funções correlatas. Assim, elas se tornaram as arrimos de suas família, e não seus companheiros, e esse é um dos motivos de nossa estrutura escolar não conseguir trabalhar bem com a clientela da periferia.

Devido a essa necessidade de convívio com gente mais poderosa e com rituais diferentes em seus lares, essas mulheres vieram a adquirir uma educação melhor. Isso explica filmes como QUE HORAS ELA VOLTA? (2015). No entanto, parece que essa estrutura tem versões análogas em outros países com efeitos semelhantes, pois no e para os negros do sexo masculino, criou-se a noção incorreta de que a educação é um traço “exclusivamente” feminino e que levaram, os que ainda sim se educaram, a serem estranhos em suas comunidades: isso explica porque outra produção brilhante, Liga da Justiça (2001–2004), no episódio chamado de APENAS UM SONHO (2003), o Lanterna Verde Negro, John Stuart, deve enfrentar esse medo. Aliás, esse personagem acima citado teve sua aparência inspirada no ator que é protagonista dessa produção que resenho.

Mas “Estranho” também pode ser outra coisa: para Freud (1856–1939), seria um ser que apesar de diferente de nós, é portador, de maneira inquietante, de  uma substância semelhante; aqui entendo “substância” como historicidade.

Nesta produção, chegou a hora da comunidade de proletários londrina de East End conhecerem, e se reconhecerem, no seu Estranho; um professor negro-preto: Mark Thackeray (Sidney Poitier (1927–2022)).

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