Faroeste foucaultiano
A masculinidade, como conceito, é uma tecnologia. E como toda a tecnologia é delimitada por sua historicidade. Historicidade basicamente são as condicionantes materiais e conceituais que proporcionam a existência de um conjunto de objetos e ações: se relaciona com as estruturas disponíveis (tempo material), das metodologias (tempo social) e dos objetivos, pessoais ou não (tempo individual).
Como as estruturas físicas disponíveis variam de acordo com o local é possível ter historicidades diferentes de origens diferentes num mesmo local, ou seja, tecnologias e tempos individuais diferentes convivendo no mesmo espaço. Nesse sentido, a palavra “obsoleto”, em termos tecnológicos, depende de onde essa técnica é aplicada.
Se uma pessoa tiver consciência do parágrafo acima, pode se deslocar para lugares onde tecnologias, tidas como obsoletas em seu local de origem, ainda podem funcionar plenamente. E mais, com a vantagem de entender o que pode, ou não, eliminar aquela tecnologia.
ESTE FILME É UM DEBATE ENTRE DUAS TECNOLOGIAS DE MASCULINIDADE EM UM MESMO LOCAL.
Escrito e dirigido pela brilhante diretora e roteirista Jane Campion (1954), já notória pela discussão dos debates acerca de como a tecnologia afeta a subjetividade de quem a usa, desde seu filme, O PIANO (1993); aqui somos apresentados a uma reconfiguração da masculinidade, não sua negação, como muitos pensam.
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