Pessoas fortes e seus vícios além das drogas.
A abordagem sobre drogas em nossa sociedade é no mínimo hipócrita. O Irmão-Capitalismo surgiu de seu constante tráfico, começando com especiarias e depois em escala industrial (padronizado, em modo monocultura e escravista) com o ciclo do açúcar brasileiro (XVI-XVIII). Podemos dizer que logística e drogas são as grandes bases do pensamento matemático desse sistema econômico, ou sendo mais claro, física e química, as duas primeiras grandes ciências visando produtividade e lucratividade.
Contudo, acreditar que o uso dessas substâncias é mero fruto da fraqueza moral, é cair numa grande armadilha do Capitalismo, aquela que ele aprendeu com a Igreja Católica (313-): a culpa.
As pessoas de modo geral consomem toda a sorte de drogas atualmente, e quem pode pagar, usa as mais sofisticadas. Aos pobres sobram as substâncias produzidas de maneira caseira, ou em sistemas de larga escala que estão visando mais viciar do que alentar a dor.
E que dor é essa?
A dor de estar vivo. Quanto mais aumenta a complexidade de nossa sociedade, nova formas de relacionamento interpessoal surgem, e temos que conviver com todas. A principal, a meu ver, é a busca a sobrevivência por meio de empregos, onde uma ética trabalhista cristã-escravista norteia nossa sobrevivência num sistema que jamais acreditou em nenhuma espiritualidade que fosse além da rentabilidade.
Nessa linha de pensamento, quanto mais dor, mais sofrimento, quanto mais se sofre, mais forte fica, quanto mais forte ficamos, mais as drogas tornam-se atraentes.
Porque pessoas fortes tendem a ignorar seu sofrimento, primeiro mentalmente e depois de maneira narcótica; e graças a produção industrial, a demanda sempre cria diversas carências onde é possível se buscar drogas adequadas às diversas moralidades e acessíveis às mais variadas condicionantes econômicas.
Aqui neste quadrinho que resenho o melhor roteirista que Batman já teve, Dennis O’Neil (1939–2020), analisa porque as elites policialescas, militares e farmacêuticas necessitam de drogas.
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