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Promíscua hierarquia.

Muitas pessoas defendem que não há uma hierarquia nas opressões, sendo que o capitalismo estabelece seu sistema de controle de forma razoavelmente homogênea. Este discurso, aparentemente anti-establishment, em verdade é uma outra forma de opressão. Porque quando não pensamos a forma como as opressões e disciplinas do Irmão-Capitalismo são distribuídas, não entendemos como ele próprio se organiza.

Foi Boris Fausto (1930) que citou em uma de suas obras mais abrangentes, HISTÓRIA DO BRASIL (1994), que na realidade as regras de organização da disciplina do capitalismo agrário no Brasil colonial seguiam uma lógica bem interessantes, a saber, que quanto mais próximo o indivíduo está do topo da hierarquia do sistema açucareiro, de sua gerência, maior o poder contingencial dele.

Sendo mais claro: como as fases de produção de uma sociedade, ou de um processo produtivo, têm vários momentos, a divisão social do trabalho inerente deste processo tem de mudar constantemente o peso das pessoas envolvidas, logo, a gerência de qualquer produção muda de acordo com fase em que de seu desenvolvimento se encontra, conforme bem percebeu Adam Smith (1723–1790).

A ESSÊNCIA DE QUALQUER SINDICALISMO FABRIL E INDUSTRIAL É COMPREENDER ISSO, E SUSPEITO, DE TODO O MOVIMENTO SINDICAL.

As revoltas, as greves, as revoluções, seguem o ritmo dessa divisão social do trabalho, e assim, tais mobilizações humanas se aproveitam das oportunas tensões sociais geradas por tais  eventos onde determinado processo produtivo está em perigo.

UMA PANDEMIA, POR EXEMPLO, MUDA AS DINÂMICAS DO PODER INSTITUÍDO, E SE NÃO MUDASSE, O ATUAL CANDIDATO DE ESQUERDA PARA A PRESIDÊNCIA PROVAVELMENTE NÃO ESTARIA TÃO BEM COLOCADO NAS PESQUISAS.

Seguindo esse raciocínio Paul Verhoeven (1938), em sua linha usual filmográfica, apresenta um desses momentos de mudança aparente na gerência do poder, ao mostrar uma versão da biografia de Benedetta Carlini (1590–1661).

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