A nova cultura proletária é a usuária.
O METAL (1970) e o PUNK (1970) nacionais geralmente têm os mesmos públicos. Justamente porque não temos tanta diversidade assim de pessoas nos estilos de rock mais pesados. Aliás, não temos muita diversidade e termos do que chamo de “som pesado” a saber, quaisquer estilos musicais que tratem de dois sentimentos em particular: raiva e ódio.
Isso ajuda a explicar porque no metal podem haver bandas racistas, pois raiva e ódio são para a destruição de outro geralmente, e como a maioria das pessoas segue a cultura dominante, mesmo as mais pobres, isso acontece de maneira razoavelmente previsível. Mesmo assim o metal tendia a questionar a cultura conservadora, fazendo uso de culturas ancestrais, ou o que se acreditava ser essa cultura ancestral local.
Mas quando há certa consciência social, geralmente esses dois sentimentos são direcionados, na música, para as questões de sobrevivência básica, logo acabam se dirigindo para a questão ligada aos direitos civis e ações governamentais e estatais ilegais. Para mim o TRASH METAL (1980) é isso basicamente, logo uma mistura de METAL e PUNK. Quando tende ao moralismo de classe trabalhadora, temos o HARDCORE (1980).
Contudo, quando se fala de consciência de classe trabalhadora, o PUNK é insuperável em afirmar questões trabalhistas como questões sociais, logo, sua raiva e ódio são para patrões e a organização de mão-de-obra. Sua moral é a de classe laboral baixa, assim como seus temas.
Quem vai se juntar a todos esses é o RAP (1970) que vai combinar tudo acima, mas voltado para a macro-política econômica do racismo, o que o levava inevitavelmente a pedir revolução, ou seja, reconstrução radical de todos os sistemas de relações sociais.
Ouvir o Black Pantera é basicamente escutar os quatro estilos acima sobrepostos, mas não em conflito.
Siga lendo o texto completo no medium.