A jornada do Mago Risonho.
Como anteriormente falei em BETTER CALL SAUL (2015–2022), produções fílmicas estadunidenses sobre proletários são recorrentes e apresentadas quase como filme de Arte. Nos quadrinhos isso se expressa de outra forma que a princípio parece menos aterradora.
PORÉM É MAIS AINDA.
O universo dos trabalhadores, empregados, mão-de-obra, proletários, é sempre sujo e violento, quando tenta os ver como pessoas normais, ou seja, do jeito que a elite de seu país os vê. Coisas como essas produziram quadrinhos como DELÍRIOS COTIDIANOS (1984) de CHARLES BUKOWSKI (1920–1994) e MATTHIAS SCHULTHEISS (1946). Esse tipo de noção, de apresentar a vida da classe proletária sem o idealismo elitista sobre ela, que ajuda a entender o conceito de anti-herói.
Os anti-heróis são em verdade protagonistas ou personagens fundamentais de uma trama que tem objetivos tidos como “nobres”, mas uma metodologia que é mais pragmática do que “correta”. Ou seja, sempre são os pobres e malandros; destinados a sempre fracassarem, serem losers, lumpemproletariado, e serem nas ficções apenas parceiros divertidos e exóticos dos protagonistas idealistas, os heróis.
PORÉM, EXISTE JOHN CONSTANTINE.
Chamar o personagem de “diabólico” pode incorrer em ganhar um local especial no inferno, pois até mesmo os vários diabólicos foram derrotados pelo “Mago Risonho”, nome pelo qual ele foi chamado certa vez por um Sekepuone (espécie de sacerdote que cumpre funções correlatas de um mago europeu, só que em uma parte da África). [ https://www.revistas.usp.br/africa/article/view/96020/95265 ]
O universo de Contantine é a brutalidade da vida proletária inglesa, sua magia, seu poder e sua habilidade são tiradas então do pensamento dos trabalhadores e assim, nenhum outro tipo de praticante de magia consegue superá-lo tão facilmente.
A MAGIA DE CONTANTINE É UMA ESPÉCIE DE TECNOLOGIA PROLETÁRIA QUE NÃO ESTÁ LIGADA AO PENSAMENTO ELITISTA DO OCULTISMO.
E é por isso que a DC COMIC’S (1934) o despreza.
VEJAMOS.
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