SEGREDOS DE UM ESCÂNDALO [FILME] (2023); POBRES CRIATURAS [FILME] (2023);
ILÚ OBÁ DE MIN [DESFILE DE CARNAVAL] (2024), BOB MARLEY: ONE LOVE [FILME]
[2024).
A esquerda é ruim de crítica cultural. Porque não sabe fazer produtos
culturais para mídia. A justificativa por trás disso é que ela não tem os meios
de produção para compor tais produtos, logo, não conseguiria pensar
empiricamente o que está sendo feito.
Estranho isso, porque temos bons artistas e cineastas assumidamente de
esquerda, desde COSTA-GAVRAS (1933) até o pessoal do RAGE AGAINST THE MACHINE
(1991–2024). Logo existe gente de esquerda, que tem produção artística de
massa, e ainda, lucrativa. Logo as alegações de alguns de que a "população
mais simples não entende" são meio furadas.
EU MESMO JÁ PASSEI UM FILME DO COSTA-GRAVAS PARA UMA MOÇADA JOVEM E ELES
GOSTARAM MUITO.
Claro que é preciso mediar esse tipo de produção. Por que? Porque ela critica
e coloca em questionamento um dos grandes backups do Irmão-Capitalismo, a
cultura, que nego confunde com ideologia. Aqui é onde está localizada a origem
das contrarrevoluções, mais do que na economia, porque revoluções geralmente se
dão em crises econômicas. Assim que os revolucionários estabilizam tais
economias, são atacados justamente por gente que é portadora/dominada por tal
cultura conservadora elitista.
OS CHINESES ENTENDERAM BEM COMO COMBATER ISSO. E TAMBÉM OS CUBANOS.
Logo a militância cultural também parte do princípio de questionar os
produtos culturais e entender bem o que eles se pretendem enquanto finalidade,
e também que ninguém recebe passivamente uma cultura adversa da sua. E que
algumas culturas, notadamente as populares são dotadas de uma ironia brutal,
porque compreendem como o discurso patronal é uma furada sem tamanho. É isso
que JONAS MANOEL (1990) E IAN NEVES (?) não entenderam em suas críticas à
GEORGE ORWELL (1903–1950), nem tanto sobre REVOLUÇÃO DOS BICHOS (1945), e sim
sobre obra 1984 (publicada em 1949) .
Eles não entenderam que não são livros "sérios", no sentido de
que creem no que descrevem, e sim, obras de crítica ao cotidiano, ao comum que
estava tentando se impor sobre as populações pobres e trabalhadoras. Que a luta
contra o sistema em sua versão cultural é travada no estilo em que se narra a
vida cotidiana, uma tentativa de "normalização" pelo lado de cima.
AS 4 PRODUÇÕES QUE USO AQUI SÃO TENTATIVAS DE NARRAR O COTIDIANO DE
MANEIRA DISCRETAMENTE POLÍTICA.
Essa opinião é sobre isso.
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