Meretrício familiar.
Animações para o público que se considera adulto “mas que não esses nerds” têm a tendência a serem intimistas. É uma posição bem elitista, que se estende para as histórias em quadrinhos, e que, em certa medida, parece ser um reflexo do que Richard Sennett (1943) discutiu em suas obras, sobretudo em O DECLÍNIO DO HOMEM PÚBLICO: AS TIRANIAS DA INTIMIDADE (1977): de como o carisma pessoal sobrepõe as questões da política pública.
No decorrer dos últimos 60 anos progressivamente, e proporcionalmente a melhora dos meios de comunicação de massa imagéticos, acompanhamos a potencialização do carisma de tipo intimista, o qual, tem se tornado tônica nas discussões públicas, e isso parece estar se refletindo nas produções tidas como adultas.
SE QUER UMA DISCUSSÃO SOBRE COMO PROCEDER NO ESPAÇO PÚBLICO, PREFIRA AS ANIMAÇÕES PARA CRIANÇAS, NOTADAMENTE DA PIXAR (1986).
Logo, os adultos não gostam de discutir tanto assim boletos, como falam em vários memes: adultos querem amar alguém para dividir os custos de sua vida e da reprodução da mesma, como Hannah Arendt (1906–1975) bem explicou, e chamar isso de amor.
Essa é a única relação pessoa provável e funcional atualmente; Projetos comuns criados por intimidades públicas compartilhadas.
Aparentemente.
Aqui nessa bela animação vemos um clássico do pensamento burguês travestido de sonho LGBTQ+: o da propriedade privada.
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