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Maquinaria dos eus.

Estamos numa época de enorme inteligência, mas pouco racionalismo. Entendi isso há pouco tempo lendo obras do BYUNG-CHUL HAN (1959), sucessor do ZYGMUNT BAUMAN (1925–2017), como autor de autoajuda para intelectuais que fingem desprezar esse tipo de literatura.

Tem muita gente que despreza esse tipo de texto porque em verdade são organizações de conteúdo científico que esperam instituir a espiritualidade de seu público. Pode ser a mística ou apenas a racional, que cá entre nós não vejo diferença, mas como disse certo horror uma vez eu “sou maravilhosamente vazio”, assim vejo que toda essa não-existência mística é apenas um mal-uso da abstração lógica do reducionismo.

Reducionismo é basicamente dividir uma questão em perguntas menores e assim desenvolver soluções setorizadas, criando por vezes ferramentais que podem ser mecanismos, para solucionar ou criar chaves de entendimento em fases ou etapas, o que ajuda resolver o todo.

O PROBLEMA É QUANDO AS PESSOAS ESQUECEM ESSE TODO.

O que gente como HAN e BAUMAN fazem é apresentar mal, uma boa demanda: que os próprios aparelhos que usamos para solucionar nossas questões, por vezes são entendidos como o todo, e não como parte. E assim somos tomados por nossos equipamentos.

Nisso o niilismo se torna completo, porque somos apresentados a uma verdade reduzida que somos apenas extensões de nossos aparelhamentos quando em verdade esses engenhos são animados por nós. Sua vontade sobre seus manipuladores é em verdade movida por eles mesmos e esse é o limite de seu poder.

Não somos expansões de nossos maquinismos, somos a energia deles: ao parar de fornecê-la, seus efeitos terminam em algum momento.

E esse é o grande problema: equipamentos brilhantes que perderam seu foco, são inteligentes e sofisticados, mas perderam a noção de seu objetivo, logo perderam seu racionalismo.

É ISSO QUE ESSE NOVO HELLRAISER QUER DISCUTIR.

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