Em busca do pragmatismo perfeito.
O ápice de um poder instituído é ser pedagógico. Significa que ele delimitou certas bases de poder e de ação que lhe propiciam certa estabilidade, e que precisam de manutenção nas consciências de quem está nessas estruturas. Esses sistemas pedagógicos se pautam no uso de narrativas históricas para moldar as consciências e a leitura dos fatos no presente, criando uma noção pautada em documentos de qual linha de ação o passado tomou, e qual deve ainda ser tomada.
Essa seria uma boa definição do conservadorismo, se não fosse um detalhe: essa linha de pensamento moral que em verdade omite a linha de pensamento econômico tenta mostrar a economia como algo inevitável, e não um projeto ou metodologia consciente de si mesma.
Aqui nessa obra temos uma espécie de história econômica bem ao estilo do pensamento estadunidense, mas que não é moralista, porque o rap não o é em sua grande narrativa.
NÃO É QUE O RAP OU ESSA OBRA SÃO IMORAIS, SÃO APENAS AMORAIS.
Amoralidade é não levar em conta as opiniões morais, ou seja, uma ética transcendental (inferno, céu, punição, bênção, bem, mal, e etc) em suas decisões, sendo em verdade uma linha de pensamento pragmática.
Esse é o procedimento de narrativa aqui, de mostrar as pessoas que foram fundamentais para o RAP nascer, sem discutir se eles estavam seguindo a moral e a ética do momento. Embora eu concorde com um desafeto meu Adorno (1903–1969) nesse quesito: depois dos campos de concentração, ou melhor, de revelado o que o Iluminismo (1685) foi responsável pelo massacre de milhões, poesia e ética são apenas luxos inúteis, eu não abro mão de um projeto de sociedade ligado a mudanças a longo prazo
Logo, aqui, temos uma história do rap em quadrinhos que segue o chamado, pragmatismo estadunidense.
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