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NÓS, OS MORTOS [QUADRINHO] (2015):

Estava eu em outro grupo de teoria da história (sim, eu sou de vários grupos de discussão sobre História e Histórias em Quadrinhos) e durante uma discussão acerca da colonização portuguesa em Cabo-Verde (1460–1975), em dado momento veio a baila o assunto dos Impérios no continente Africano e o pan-africanismo.

Nisso, MARIA DE LOURDES JANOTTI (1938), uma de minhas melhores professoras, se não a melhor, veio a debater que a palavra “Império”, é discutível se aplicada a outras civilizações, por ela ser justamente uma proposição europeia e originalmente romana. Assim, usar o termo “imperialismo”no decorrer da historiografia (metodologia de escrita da história, porque narrar História é uma ciência que exige atenção nos mínimos detalhes da conceituação, inclusive em sua comunicação) de outros povos é no mínimo um anacronismo, ou seja, a pior falha que um historiador pode cometer.

Esse é um erro comum, e que padece toda a historiografia europeia: o de pensar que todos os povos tiveram desenvolvimentos praticamente idênticos, com pequenas diferenças desprezíveis. Não que não se possa fazer certas analogias ao desenvolvimento material, levando em conta o cada espaço coletivo, coisa que FERNAND BRAUDEL (1902–1985) bem discutiu:

A GEOGRAFIA, OU TEMPO MATERIAL, NO PENSAMENTO DE BRAUDEL, AFETA O ESPAÇO 0, TAMBÉM CONHECIDO COMO “CORPO HUMANO”. LOGO, EXISTE SIM, CERTA SEMELHANÇAS, MAS ELA MESMAS APRESENTADAS EM DIFERENTES LOCAIS, CRIAM DIFERENTES CONCEITUAÇÕES.

Esse quadrinho que resenho, roteirizado pelo historiador e arqueólogo DARKO MACAN (1966), padece de certo anacronismo eurocêntrico, mas também é brilhante por sua aplicação de História Comparada.

sIGA LENDO NO MEDIUM.

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