ADÃO NEGRO [FILME] (2022):
De modo geral é difícil não ficar irado com o ALAN MOORE (1953) estar geralmente certo sobre os rumos das histórias em quadrinhos e seus derivados. O inglês realmente compreendeu os impactos que teve nesse meio de comunicação e que como indivíduo seria inevitavelmente superado, ou seja, que esse meio de comunicação seria regredido para um estágio de infantilidade anterior à sua passagem.
Isso porque toda a obra de Moore parte de um simples princípio: não negar o tempo. E o que seria isso? Simples: nas histórias em quadrinhos infantis, de modo geral, os personagens não sofrem a ação psicológica do peso de seus atos, logo, tendem a repeti-los em uma espécie de “eterno retorno”. Isso pode ser aplicado desde a DISNEY (1923) até a TURMA DA MÔNICA (1959).
Tal percepção me fez recordar um de meus professores na graduação, que ministrava aulas de História Antiga e Teoria da História; Odir Alonso Junior: você o acha citado vários artigos no SCHOLAR GOOGLE, mas pouca coisa dele mesmo.
ELE SEMPRE FOI UM ESTRANHO GIGANTE INVISÍVEL DA HISTORIOGRAFIA.
Em uma das aulas, de História Antiga, admito que influenciado por um amigo ligado ao pensamento pan-africanista, eu perguntei porque não estudávamos nada além de Grécia e Roma antigas. Ele respondeu “tem algo mais a estudar no mundo antigo [para nós]? ”. Na época o achei um tanto preconceituoso, porém reconhecia seu vasto saber acerca de Roma e da Historiografia.
Um ano depois , numa aula de Teoria da História, de como se deveria estudar o tema da escravidão, o cara, que era Skin Head de esquerda, faz uma baita de uma defesa do funk pancadão (isso em 1999), emendando que nós deveríamos ser menos preconceituosos e piedosos com a cultura negra no Brasil, porque estávamos esquecendo de que justamente não estávamos na África.
APROVEITANDO, O ODIR ERA UM BAITA FÃ DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E DO ALAN MOORE.
A resenha sobre este filme é uma declaração ao meu velho, e falecido, professor de que finalmente entendi o que ele estava tentando dizer.
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