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ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES [FILME] (2023):

MACHADO DE ASSIS (1838–1908) é um dos escritores mais polêmicos do mundo. Sim, do mundo. Homem negro, conservador, intelectual, antirrevolucionário, pessimista, com tendências monarquistas, fez algo bastante perturbador em seus vários escritos: apresentou o cotidiano de sua sociedade. Essa prática que estava bastante em voga na literatura francesa, notadamente pós-revolução francesa e posterior restauração monarquista tentava entender os meandros da vida dos comuns, também conhecidos como massa.

Seus escritos em verdade visavam destruir o que MAX WEBER (1864–1920) chamou posteriormente os tipos ideais. ASSIS sistematicamente via a falência diária dos modelos heroicos prometidos por gente que defendia os ideais revolucionários. Nosso escritor negro, nas horas vagas de seu emprego como funcionário público, percebia bem, talvez por causa de seu trabalho, como a esfera pública era prenha de auto-abortos de todas as forma de nobreza.

MACHADO DE ASSIS NARRA A MORTE COTIDIANA DE TUDO QUE É MAIS DESTACADO À MEDIDA QUE ISSO SE TORNA ROTINEIRO.

Nosso querido cronista, contista, realista romancista estava seguindo, sem perceber a meu ver, a linha histórica chamada de “história da paz”, teorizada por BENEDETTO CROCE (1866–1942), onde o começo e final de um processo são dados pela quebra dos padrões de comportamento social. Tem sentido e funcionalidade, uma vez que demonstra que a história é feita mais de continuações, que de rupturas. E como os envolvidos nesse tempo tendem, mesmo discordando de alguns pontos, a seguirem essa linha cronológica, mesmo que isso os prejudique.

MARTIN SCORSESE (1942) NESTA PRODUÇÃO NARRA COMO O RACISMO CONTRA OS POVOS ORIGINÁRIOS É A GRANDE NARRATIVA DA HISTÓRIA DA PAZ NOS E.U.A.

Esse filme é sobre isso.

"Step Horror"

by Robbero

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