A frequência do desespero.
Tem havido uma crise espiritual em meio aos jovens. Tal crise se evidencia pela falta de rumo em suas próprias vidas e um intenso pulso de morte. Alguns diriam que tal evento é normal, produto da inevitável fase de amadurecimento em que se encontram. Mas não é só isso.
Nossa tecnologia, a marca externa de nossos feitos, o tempo social efeito do tempo materia,l tem mudado de maneira alarmante: minha geração é a última que viveu ser a internet de modo geral, por exemplo.
Hoje, grande parte dos jovens tem acesso a ela, por diversas formas, a seus discursos e conteúdos, muitas vezes sem terem sidos treinados adequadamente a perceber que essas narrativas, em sua maioria, são apenas variações sobre a mesma fábula, a saber, narrativas ocidentais, influenciadas pelo pensamento greco-romano-judaico-cristão, notadamente elitista.
Logo assistem e fruem o mundo por meio dessa chave, de maneira muitas vezes acrítica.
E essa fruição lhes diz que a lealdade às autoridades instituídas lhes concederá os seus merecidos sonhos.
Tudo isso me faz saudar a melhor produção brasileira para adolescentes da última década, sobre a qual discuto sua terceira temporada abaixo.
Ela teve a capacidade nessa terceira temporada de elevar seu debate e amadurecer sua temática de maneira elegante, sem perder seu tom popular. E no final, essa condicionante pode ser a maior crítica que ela pode receber.
Pois ela não cita, diretamente, aquele que o R.A.P. sempre combateu: o Sistema.
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