WU-TAN CLAN [SHOW] (02/04/2023):
Estava eu no Show do WU-TANG CLAN (1992) com Fabiano Brito, em verdade aguardando a entrada deste depois do bom Show do PLANET HEMP (1993) quando nos perguntamos o seguinte em meio a nossa tradicional discussão sobre música pesada de modo geral:
O QUE DIABO O PESSOAL VÊ NO DRAKE (1986)?
Isso é uma razoável dúvida: o rapper canadense não é o melhor rimador que já vi, no entanto ele me parece alguém bem mais aprazível a nova estética do rap: negro o suficiente para ser um bom produto e branco, economicamente e liricamente, o suficiente para não ser muito ofensivo ao status quo.
Esse tipo de modelo tem se tornado uma espécie de tendência em meio a rap, que lembra muito o que o Funk ostentação e pancadão fazem no Brasil, uma espécie de corte no GANGSTA RAP, se focando na temática de baladas e clubes.
Tal categoria narrativa, apesar de ser de origem pobre tende a ser limitada a esse universo noturno das baladas, e pouco a pouco,a suprimir o universo dos trabalhadores, e mesmo do crime ( visto pelo Rap mais como sintoma da falta de emprego do que exatamente algo a se orgulhar) e a criar uma espécie de mundo paralelo de luxo em que brancos e negros convivem tranquilamente em um estranho armistício.
Mas desconfio que existe mais do que uma escolha…
Existe sim, uma diferença estética na sonoridade desse tipo de música que lentamente vem denunciando uma mudança de pensamento econômico político no público do Rap, e talvez da música mais pesada no decorrer dos últimos 30 anos.
A SUPRESSÃO DOS BAIRROS DAS CANÇÕES DE RAP.
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