Superquase.
Mark Millar (1969) sempre quis ser um grande escritor de quadrinhos. E quase conseguiu.
QUASE.
A grande deficiência dele querer ser tudo aquilo que Alan Moore (1953) recusou: ser um autor de quadrinhos adorado pelo sistema capitalista.
Parece que é um mal recorrente os roteiristas de quadrinhos de super-heróis do reino unido tentarem confrontarem o velho escritor proletário inglês.
NO ENTANTO, ELE MESMO NÃO ESTÁ NEM AÍ PARA ESSA MOÇADA.
Millar em específico tentou fazer algo que Moore não queria, a saber, recriar e refazer o universo de super-heróis de forma a que ele se torna-se razoavelmente relevante em termos políticos e econômicos, apesar de suas contradições com a realidade concreta.
Para tanto ele desenvolveu todo um novo universo que era uma espécie de paródia do universo E.U.A. chamada de O LEGADO DE JÚPITER (2013-), que redundou naquela série que foi cancelada pela NETFLIX (1997-) logo na primeira temporada.
Talvez o que falte nesse autor é que ele não consegue se desenvencilhar de uma noção básica das histórias em quadrinhos pré-Moore, a de que fantasia tem sim posição política e geralmente acompanha a das forças dominantes, geralmente tradicionais.
Logo, ele cria boas narrativas transgressoras, mas não consegue dar um final conservador que nos convença.
ELE APENAS NO ENTRETÉM. POR CONSEGUINTE REFORÇO UM DIAGNÓSTICO QUE FIZ SOBRE A OBRA DO DISTINTO: É RUIM, MAS DIVERTE.
Esse poderia ser o epitáfio da maioria dos programas da TV aberta.
Aqui nessa versão mangá inspirada em seu quadrinho de 2013 temos um bom exemplo de que um autor de renome pode não ter uma produção inspiradora, mas tudo bem, porque não é para todo mundo inspirar o mundo todo.
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