A vitória do Mito.
Por trás de todo o pensamento reacionário está o pensamento místico. Porque quem está no poder tende a apresentar se como uma forma de divindade, de poder inquestionável que sempre esteve ali, ou, que apesar de alguns deslizes, será restaurado ao poder. Quem era defensor de tal tese era o pai do socialismo prussiano (1919), Oswald Spengler (1880–1936) que redundou no partido Nacional Socialista (1919–1945), também conhecido como Nazismo.
Esse tipo de teoria, mais bem pensada na ciência histórica liberal, é advogada por outra pessoa Benedetto Croce (1866–1952), conhecida como Restauração: sinteticamente, forças reacionárias, depois de uma mudança revolucionária, tendem a tentar retomar as forças produtivas agora controladas por agentes progressistas. Nesse tipo de estudo, como o de Spengler, mostra como a cultura é uma superestrutura que tem poder para influir na infraestrutura e não deve ser subestimada.
Dois indivíduos da esquerda analisaram essas forças: Antonio Gramsci (1891–1937), ao analisar romances populares, e Herbert Marcuse (1898–1979) ao perceber como a tecnologia alterava as percepções culturais por meio de sua legislação: no jargão de esquerda o conjunto dessas forças é chamada de contra-revolução.
Nos quadrinhos, orientados à esquerda, quem fez essa crítica foi Alan Moore (1953) ao perceber que padrões de pensamento alexandrino (convém lembrar do Johann Gustav Droysen (1808–1884) aqui) estavam presentes na produção de super-heróis estadunidenses.
Nesta resenha falo de como um dos líderes da restauração e crítica de direita da cultura de super-heróis, de origem trabalhadora, Garth Ennis (1970), foi tomado pela armadilha que Moore nunca caiu.
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