Humor da bile negra. Ou não.
O humor funciona para quem consegue entender a disparidade entre o que é relatado e a realidade de fato. A comédia nesse sentido serve para destacar como certas premissas não se sustentam no concreto, levando o espectador a rir, justamente por perceber que aquilo que é representado está em desacordo com a factualidade.
Porém existem gêneros estranhos de irônia que podem não nos fazer rir, mas sim, estremecer, beirando o terror, sendo um deles justamente a sátira. Nela a ironia demonstra uma crítica apurada, que demanda um conhecimento profundo do tema que é tratado.
Um dos mais destacados sátiros do Ocidente (a sentença acima pode ser entendida tanto como localidade de origem, quanto temática) foi Luciano de Samósata (120–192), escritor sírio de origem provavelmente semita, que influenciou toda uma geração de sátiros da Renascença (XIV-XVI). Em seus escritos temos várias obras que criticavam os costumes e as instituições do Império Romano (27 a.e.c. — 476 d.e.c.), em especial Verae historiae (História Verdadeira) (século II) uma das primeiras narrativas a falar de guerras interplanetárias, disputando com FRANKENSTEIN (1818), de Mary Shelley (1797–1851) o título de primeira obra de ficção científica.
POR SINAL DISPUTA ESTRANHA QUE ALEGA QUE VERAE HISTORIAE NÃO SERIA FICÇÃO CIENTÍFICA PORQUE NÃO HAVERIA “CIÊNCIA” ANTES DO ILUMINISMO (XVII-): COISA BEM DO CAPITALISMO MAIS EUROCÊNTRICO POSSÍVEL.
Enfim.
Essa minissérie que usa o mesmo nome da sátira de Luciano, em verdade narra a disputa entre dois mundos também: o da elite de origem negra e os negros pobres.
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