ESTRANHA FORMA DE VIDA [MÉDIA METRAGEM] (2023):
Contar uma história é desvendar situações de narração que podem evidenciar detalhes novos do conteúdo que está sendo narrado. Porque em verdade, cada metodologia narrativa está ligada frontalmente a própria linguagem que está sendo utilizada, e portanto, a materialidade que lhe serve de suporte.
O MEIO REALMENTE É TAMBÉM A MENSAGEM.
Entendendo esse limite é possível apreciar não só o conteúdo narrado, mas também a forma narrativa. Aqui está a diferença entre quem gosta de filmes e quem de fato gosta de cinema.
QUEM GOSTA DE FILMES GOSTA DOS CONTEÚDOS, E QUEM GOSTA DE CINEMA APRECIA A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA, O SUBLIME, QUE A LINGUAGEM PROPORCIONA.
Esse sublime é a o impacto sentimental que o suporte provoca em quem é o receptor da linguagem. Sempre que penso nisso tento aproximar tal perspectiva , com a de apreciar comida e apreciar comer.
Tem gente que se alimenta da mesma forma que um automóvel é abastecido, ou seja, apenas para manter a funcionalidade de seu organismo. E existem aqueles que apreciam comer, que desejam sentir além do sabor em si mesmo o cheiro, o tato, e mesmo o som e a visão dos pratos.
Para esses a comida é uma experiência estética, que dependendo do que está se passando com seu fruidor, pode tonar uma “entradinha”, pão na chapa feito com requeijão e suco de laranja natural, em uma experiência artística quase orgástica.
RECONHEÇO QUE TENHO ALGO DE ESTETA, E APRECIO MUITO TER A CAPACIDADE INTELECTUAL DE APRECIAR O QUE MEUS SENTIDOS APREENDEM
Aqui nosso caro machista e masculinista ALMODÓVAR (1949) demonstra que quer provar cada vez mais das mais diversas versões do masculino, com esse curta sobre como quanto mais machista um homem, mais ele aprecia estar em contato íntimo com outros homens em detrimento das mulheres.
Este média metragem é sobre isso.