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Episódio 7 - 5 de Janeiro 2022

Os convidados desta noite são passageiros da sua própria viagem. Constroem narrativas a partir de percursos artísticos e experiências de vida. Pelo caminho vão encontrando amigos e acumulando aplausos. O seu património é material e imaterial. São os palcos. O riso das pessoas. É a mensagem forte que fica peça a peça na retina do espectador.

E é assim desde o verão quente de 1983, data da fundação do ATA - Ação Teatral Artimanha. São 38 anos e meio de arte em estado puro a chegar a cada palco. O princípio de tudo para quem quer representar, cantar, dançar ou escrever. É uma escola de atores de todas as idades e, acima de tudo, um grupo essencial para a vitalidade da cultura,  das artes, do teatro em Pinhal Novo.

Nestes tempos estranhos, onde a cultura foi - e ainda o é quase dois depois do inicio da pandemia - um dos setores mais penalizado, o Artimanha fez e entrou na história. Em Julho de 2020 trouxeram um sonho de uma noite de verão para o pátio caramelo. Primeira vitória perante o malvado covid-19.

Em 2021, a ATA surpreendeu pela dinâmica cultural imposta  em terras caramelas.  Começaram a primavera com o Dragão entre o Céu e a Terra, passaram pelo palco do Bora Lá Pinhal Novo com um espetáculo que reuniu toda a arte do Artimanha.

Abriram portas ao Cabat Gato Preto, em Julho nas arcadas do pátio caramelo, e fizeram o que nunca ninguém ainda tinha feito por cá. Um cabaret de casa esgotada e surpreendente. Pelo meio envolveram-se na organização do Festival Internacional de Gigantes, tiveram tempo para manter a tradição da Queimada Mystica e para levar a poesia à adega ASL Tomé. E acabaram o ano em grande com a reposição das Conversas Outrora Não Admitidas, uma viagem pelo universo feminino que tanto precisa ser escutado com atenção.

Foi tudo? Não! O nosso teatro ainda foi a Espanha e levou as conversas a outras vilas e cidades portuguesas. E fizeram crescer atores, aprimorar dançarinas, revelar e afirmar outros atores, abrir portas a novos encenadores, sem nunca esquecer o principal: uma casa para que todos aqueles que assim quiserem, independentemente da sua idade ou experiência de palco, se possam exprimir artisticamente.

Para a ADN-Agência de Notícias e para a PopularFM, a cultura é o principal equilíbrio para uma vida melhor, uma evolução humana mais eficaz e, sobretudo, para transmitir mensagens que nos falam refletir, rir, chorar, pensar. Para o conhecimento!

Num tempo difícil para todos, vamos prestigiar o que de melhor faz na região. E na primeira edição do prémio mérito cultural, o ATA destacou-se na inovação, na qualidade, na envolvência na comunidade. Surpreendeu-nos com o melhor que o teatro tem e fez evoluir uma série de novas atrizes e atores. É um prémio simbólico mas que pretende mostrar à região, ao país, ao mundo que devemos sempre valorizar aqueles que dinamizam.

Ana Guerreiro, uma das fundadoras do ATA, Bruno Dias, presidente e Hugo Sovelas, encenador, estão esta noite na PopularFM, a rádio que promove a nossa cultura quase há 36 anos, para uma conversa com  muito ADN artístico e muitas histórias por contar.

O que mais podemos dizer do Teatro Artimanha?  Que fazem das suas obras um exercício de liberdade a que também se pode chamar uma grande maluqueira. Dizem palavrão do piorio – como se não tivessem um microfone à frente.  Mas isso resulta do facto de eles gostarem de transgredir. E nós de transgredir com eles. Porque o mundo precisa de ser chocado para perceber o conteúdo da verdadeira mensagem. Isto nasceu com o Rui Guerreiro, que tanto fez pela companhia, e que hoje - do sítio onde estiver - estará a sorrir por ver o seu projeto a crescer e a transgredir. Este é também uma homenagem ao Rui até porque, como ele disse uma vez, "O teatro e a vida não se fazem sozinhos!".