ABRE O AMANHÃ, CAMARADA
Abre a manhã, camarada, com tuas mãos,
tuas próprias mãos, calejadas e sanguíneas.
Abre a manhã como a uma fruta madura
cuja doce polpa repartida alimentará a todos.
Na labuta, prepara a luta, acende o sol
que derrama luz sobre o dia material,
de café, manteiga e pão, de suor e susto,
de trabalho proletário nas fábricas do mundo.
Abre a manhã, camarada, como à janela
da casa, como ao coração antigo do bairro
– este bairro que canta o fim do Estado burguês
em cada uma de suas casas, ruas e vielas.
Como a palavra impossível (de proteína pura)
cuja substância determina sua consciência
– palavra de fogo e força que fala pela nossa classe,
palavra certeira, tiro na cabeça do zumbi.
Abre a manhã, camarada, futuro do presente,
que ilumina o muro onde garotos pixaram:
Trabalhar todos, trabalhar menos,
produzir o necessário, redistribuir tudo.
Abre o amanhã, camarada, na batalha renovada,
deixa o chorão chorar, traz azeite na peneira.
Defende o inevitável amanhã contra o horror,
como o jovem chinês que, ao lado do seu fuzil,
lê Lênin sob a sombra de uma cerejeira em flor.
Poema de Fabiano Calixto
Interpretação: Fabiano Calixto
Arte Elis e Allan
Apoio Coletivo Cultural Vianinha
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Allan Brasil - Desenhista e Instigador
Elis Alonso - Poetisa,Design e Palhaça
Michel Viana - Escritor e Poeta da Periferia
Luis - Provocador e Parceiro
Alexandre Barbosa de Souza - Poeta e Tradutor
Roy - Poeta e Filósofo
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Poesia e pensamento crítico andando de mãos dadas!