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E aqui
poema de Che Guevara

“Sou mestiço”, grita um pintor de paleta viva,
“sou mestiço”, me gritam os animais perseguidos,
“sou mestiço”, clamam os poetas peregrinos,
“sou mestiço”, resume o homem que me encontra
na diária dor de cada esquina,
e até o enigma pétreo da raça morta
acariciando uma virgem de madeira dourada:
“é mestiço este grotesco filho de minhas entranhas”.
Eu também sou mestiço em outro aspecto:
na luta em que se unem e repelem
as duas forças que disputam meu intelecto,
as forças que me chamam sentindo de minhas vísceras
o sabor estranho de fruto encaixotado
antes de atingir sua madureza de árvore.
Me encontro no limite da América hispânica
a saborear um passado que engloba o continente.
A recordação desliza com suavidade indelével
com o distante soar de um sino.
(escrito a partir de suas viagens de motocicleta pela América)

Poema de Ernesto Che Guevara
Interpretado por Allan Brasil

Allan Brasil - Desenhista e Instigador
Elis Alonso - Poetisa,Design e Palhaça
Michel Viana - Escritor e Poeta da Periferia
Luis - Provocador e Parceiro
Marina Lima - Articulação e Pesquisa
Alexandre Barbosa de Souza - Poeta e Tradutor
Roy - Poeta e Filósofo

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E-mail: cacofonia.poetica@gmail.com
Instagram:@cacofoniapoetica

Apoio Coletivo Cultural Vianinha @coletivovianinha_sp

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