Do chão prenhe de aflição
entre os capins secos
no meio fio,
nasce retorcida a flor
de fúria e fogo.
Lânguida como gente
faminta e exausta,
porém, vigilante e acesa.
A contraluz,
a contrapelo,
como o zelo
de Prometeu
(ou Lúcifer)
clareando o breu,
ela incendeia o dia
e a vida banal
ordinária e cíclica
tal qual castigo infernal.
Pois é tímida e torta
como os que nascem
nas sombras,
mas luminosa e certa
como silenciosa promessa.
Poesia de Roy Sollon
Interpretação Elis Alonso
Arte/audiovisual Elis Alonso e Allan Brasil
Apoio Coletivo Cultural Vianinha
E-mail: cacofonia.poetica@gmail.com
Instagram:@cacofoniapoetica
Poesia e pensamento crítico andando de mãos dadas!