A Lia despachou a leitura de Flores, do Afonso Cruz, para pôr a conversa em dia. Falámos sobre as licenciaturas em Línguas, Literaturas e Culturas, na Faculdade de Letras, e Assessoria e Tradução, no ISCAP, ambas inacabadas (ainda) e as duas com conexões ao teatro que nunca deixou de estar presente. No primeiro curso, enquanto a praxe e a tuna a convenciam a ficar, os conteúdos teóricos e os professores de nariz empinado empurravam-na para sair. No segundo, os vários empregos começaram a acumular-se e não foi possível conjugar tudo, nem mesmo para a mulher do tempo infinito. A experiência profissional é muita - numa pizzaria, como professora de treze turmas num ano, a ajudar o pai num escritório, a fazer festas de aniversário e, até, em tempos, espetáculos de Natal - e obrigou-a a pôr o fato de treino de lado. Mas a essência é a mesma. E isso ninguém lhe tira.