Uma tertúlia entre duas produtoras sobre, imagine-se, produção. A produção que aparece a partir de um sentido de responsabilidade apurado e a que se sobrevive graças às pessoas de fora dos projetos e a estratégias de relativização sobre a nossa insignificância no mundo. Discutimos a diferença entre “saber resolver” e “estar disposta para resolver” (ou, por outras palavras, a lógica do trabalho árduo), a falta de apoio à cultura que é, essencialmente, sobre a vida das pessoas, a importância de nos sentirmos representados por quem deve representar-nos e as eleições como momento íntimo de partilha e compromisso. Falámos da avó da Patrícia, com uma lição sobre a política que se faz todos os dias na resistência ao comodismo, da mãe que lhe cuidou da cicatriz e daquilo que ainda está por fazer, daqueles de quem falta cuidar. Com a participação especial da Dalila e dos seus olhos iguais aos meus.