A árvore de Natal montada a dia 1 e as cuecas azuis para o dia 1 seguinte fizeram-me pensar no que é isto da tradição. Com a ajuda dos vinis e dos livros da minha mãe, cheguei à ideia de herança. Com a troca de prendas entre mim e a Eva, cheguei à importância da repetição a longo prazo. E, se com dois clubes do livro à mistura, percebi que a tradição pode ser fonte de compromisso, com a memória do tempo em que tomava a pílula e comia carne, pode ser só uma convenção na mesinha de cabeceira à qual nunca limpamos o pó. Eu limpei a minha ainda hoje, montada nas minhas sapatilhas de andar por casa, enquanto me preparo psicologicamente para o debate de logo à noite e uso da liberdade que outros conquistaram para que eu pudesse criticar a tradição das touradas e da praxe.