Entre os Sucessores de São Pedro, a Igreja também teve Joseph Ratzinger.
Quem é este homem?
Depois da gigantesca figura de João Paulo II, que deu 29 voltas ao mundo em viagens apostólicas, unindo o anúncio de Cristo à expressão de uma profunda relação espiritual com a Madre de Cristo (Totus tuus), olhou-se com certa apreensão e curiosidade para a figura do novo Papa para averiguar qual era o seu testemunho vital e teológico sobre Maria.
A teologia de Ratzinger
Joseph Ratzinger concentra a sua teologia nos temas mais importantes do cristianismo. Entre seus escritos, o que até agora foi considerado um dos mais importantes é a Introdução ao Cristianismo (1969), na qual trata dos grandes temas do Credo Apostólico. Em seguida, vale mencionar o volume Dogma e pregação (1973), uma antologia de ensaios, homilias e reflexões dedicadas sobretudo à pastoral.
Teve uma grande repercussão o discurso que Joseph Ratzinger proferiu na Academia da Baviera sobre o tema: Por que ainda estou na Igreja, no qual, com a sua habitual clareza, afirmou que só é possível ser cristão na Igreja e não à margem dela. Houve muitas publicações do teólogo da Baviera ao longo dos anos:
- 1985, publicou o livro-entrevista Reportagem sobre a fé,
- em 1996, O sal da terra,
- em 2010, Luz do mundo.
Finalmente, após a sua renúncia ao cargo de Bispo de Roma, ofereceu à Igreja suas últimas meditações, publicadas em setembro de 2016, com um título muito significativo: As últimas conversas, nas quais explica, entre outras coisas, as razões de sua histórica decisão.
Uma das questões, que ocupa um lugar particular na teologia de Ratzinger, é a relação entre verdade e razão, entre fé e ciência. Os temas mencionados foram muito atuais ainda durante o pontificado de João Paulo II, a quem Ratzinger está intimamente ligado como executor e inspirador.
Também deve ser notado que o Cardeal Joseph Ratzinger, em nome de João Paulo II, foi quem dirigiu a edição de um complexo documento da Congregação para a Doutrina da Fé, a Mensagem de Fátima. Ele escreveu o desafiador comentário teológico com o objetivo de lançar luz sobre a espinhosa questão do terceiro segredo.
De fato, no Comentário Teológico do Cardeal Ratzinger, então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, são identificados e especificados os critérios teológicos para tentar uma interpretação da linguagem simbólica típica da terceira parte do chamado segredo de Fátima. A clara distinção entre revelação pública, característica da Sagrada Escritura, e revelações privadas, a que também pertence a mensagem de Fátima, conduz a não sobrecarregar uma profecia teológica e eclesial de difícil interpretação, que não vincula a fé do fiel.