O Voluntariado Missionário está a provocar uma ‘revolução silenciosa’… esta é uma convicção que eu aprofundo cada dia que passa. Trata-se de uma lufada de ar fresco na Igreja, pois veio abrir uma nova ‘frente da Missão’ que envolve muito mais as famílias, as paróquias, as universidades, os movimentos juvenis e até algumas Dioceses. Na hora do regresso, o impacto evangelizador e social nas comunidades é grande e não conseguimos ainda medir os efeitos desta experiência que marca o resto da vida de quem um dia ousou partir em Missão.
Tudo isto vem a propósito do ‘Projeto Sima’ que levou a Cabo Verde, em agosto, 10 jovens da Paróquia da Foz do Sousa, Diocese do Porto. Iniciou em 2020 – como contam a Margarida e a Anita, responsáveis desde a primeira hora. A Magui é dos Escuteiros e a Anita dos Jovens Sem Fronteiras. Estes dois Movimentos fizeram uma espécie de ‘coligação missionária’ e o projeto de rumar a Cabo Verde foi ganhando corpo. S. Lourenço dos Órgãos seria a Paróquia de acolhimento, com apoio especial das Animadoras Missionárias. Depois, era urgente escolher a equipa, prepara-la bem, definir as áreas de intervenção e reunir os fundos necessários. Aqui entraram em cena a paróquia, os movimentos, as famílias e os amigos, que era fundamental envolver e mobilizar. Batalha ganha!
Além de participar em todos os eventos e iniciativas pastorais da Paróquia dos Órgãos, o Grupo Sima queria, como conta a Magui: ‘Equipar escolas locais com material escolar e produtos de higiene pessoal, através do envio de um contentor; promover atividades potenciadoras do desenvolvimento integral das crianças junto das comunidades da paróquia dos Órgãos; formar a comunidade nas áreas da saúde, educação (português e matemática) e ambiente; partilhar conhecimentos e aprendizagens com a população local, sendo testemunhas da sua realidade enquanto jovens cristãos; equipar uma parte do lar de estudantes na cidade da Praia, com secretárias de estudo e cadeiras’. Foi um projeto ambicioso, mas bem sucedido. Regressaram felizes e motivados. Transmitiram essa alegria e fé aos familiares, paroquianos e amigos. Talvez o testemunho da Rosarinho, Audiologista, 23 anos, explique tudo: ‘fui de mala cheia, voltei com o coração a abarrotar. Trouxe ainda mais vontade e coragem para embarcar noutra experiência solidária’.