Tony Neves, em RomaO fumo branco saiu da chaminé às 18h10 de Roma, da sexta feira 8. A praça de S. Pedro, a abarrotar de povo, entrou em euforia coletiva, tal o impacto da cor branca neste fumo saído do Conclave, ao fim de apenas quatro votações. Parecia evidente a todos que uma eleição assim rápida, como fora a dos três últimos Papas, indicava um consenso gerador de esperança e confiança na continuidade do estilo missionário da liderança do Papa Francisco.O Cardeal Robert Prevost, americano, agostianiano, que passou grande parte da sua vida missionária no Perú, Prefeito da Congregação dos Bispos, surgiu à Varanda da Basílica de S. Pedro, emocionado. Por isso, limitou-se a saudar o povo e a dirigir palavras que trazia escritas, para não ser traído pela emoção.Falou em italiano para os romanos e para o mundo inteiro. Falou castelhano para os peruanos com quem viveu e de quem foi pastor. Nem uma única palavra em inglês, sua língua natal.Os primeiros grandes aplausos da Praça foram para o Papa Francisco, a quem Leão XIV quis prestar uma sentida e profunda homenagem. Disse: ‘Ainda conservamos nos nossos ouvidos aquela voz fraca, mas sempre corajosa, do Papa Francisco que abençoava Roma! O Papa que abençoava Roma dava a sua bênção ao mundo, ao mundo inteiro, naquela manhã de Páscoa. Permitam-me dar continuidade a essa mesma bênção: Deus ama-nos, Deus ama-vos a todos, e o mal não prevalecerá! Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos de mãos dadas com Deus e entre nós, vamos em frente. Somos discípulos de Cristo. Cristo precede-nos. O mundo precisa da sua luz. A humanidade precisa dele como ponte para ser alcançada por Deus e pelo seu amor. Ajudem-nos também, e ajudem-se uns aos outros a construir pontes, com o diálogo, com o encontro, unindo-nos todos para sermos um só povo sempre em paz. Obrigado ao Papa Francisco!’.