Listen

Description

LEITURAS INSPIRADORAS

Leitura nº 54

BUSCA MAIS ELEVADA

Quando o Rei Josafá percebeu que uma coalizão de exércitos superava, em muito, suas tropas, descobriu que sua esperança só poderia ser depositada em Deus. Em meio a grande desespero, orou dizendo: “Ó nosso Deus, não irás tu julgá-los? Pois não temos força para enfrentar esse exército imenso que vem nos atacar. Não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos se voltam para ti” (2Crônicas 20.12). Esse homem sabia que nossa maior necessidade é sempre olhar para Deus. Quanto mais clara for nossa visão a respeito dele, maior será nossa motivação para confiar, obedecer e adorar. A. W. Tozer estava certo quando disse que aquilo que acreditamos sobre Deus é a coisa mais importante sobre nós mesmos.

Mas em qual Deus devemos acreditar?

Embora as pesquisas indiquem que a maioria das pessoas acredita em Deus, não é exatamente o Deus da Bíblia que conhecem. De acordo com o jornalista Chris Stamper, essa deidade "se parece cada vez menos com o Deus verdadeiro, pois se aproxima cada vez mais da personagem principal do evangelho self-service da lanchonete pós-moderna". Essa geração simplesmente eliminou a ideia da crença em um Deus transcendente, capaz de mexer com nossa vida profundamente, reorganizar nossas prioridades e forçar-nos a lidar com o temível conceito de pecado.

Em vez disso, nossa geração prefere satisfazer suas necessidades espirituais indo às compras em busca de uma fé que possua fragmentos do cristianismo misturados com cientologia, budismo e qualquer noção derivada da "experiência pessoal". Desse modo, embora uma imensa quantidade de pessoas continue a dizer que acredita em Deus, sua concepção de Deus é tão diversa quanto os itens que podem ser encontrados em um Shopping Center. Neste ponto, Nietzsche estava certo: logo que Deus fosse declarado morto, uma "chuva de deuses" se seguiria, e cada pessoa adoraria o deus de sua escolha.

Em círculos acadêmicos mais liberais viceja o pós-modernismo, segundo o qual o conceito de Deus é na verdade uma construção social. Esse conceito afirma que nenhuma realidade exterior pode determinar a noção de Deus, pois cada indivíduo ou grupo de pessoas decide qual concepção adotar. O fato é que, para eles, não existe verdade, religiosa ou não, que deva ser descoberta: a verdade deve ser simplesmente "criada". A sociedade contemporânea não aceita nenhuma alegação quanto à existência da razão objetiva, declarando, pelo contrário, que "tudo o que existe é o que está em minha mente; minhas ideias são ‘verdadeiras’ simplesmente porque eu as concebo".

Estas tendências são compreensíveis em nosso momento cultural. O mais lamentável é que estas crenças distorcidas sobre Deus também podem ser encontradas na igreja. A grande visão de Deus, o legado dos autores bíblicos, foi, em grande parte, perdida. Essa visão deu lugar à ênfase na “percepção das necessidades” e na “saúde e riqueza”. Pior do que isso é vermos evangélicos negando que Deus conheça todas as coisas ou que devamos ser salvos apenas pela fé em Cristo. Muitos frequentadores-de-igreja extraem sua compreensão de Deus tanto da cultura popular quanto das Escrituras. Não rejeitam o cristianismo abertamente, mas o filtram para que se encaixe no pluralismo da religião do “sinta-se bem”, muito difundida nos dias de hoje.

“Resumindo”, escreve Os Guinness, “um dos males de nossa época é que temos corpos esbeltos, mas mentes flácidas e almas sedentárias.

O texto desta leitura faz parte do livro “Dez Mentiras Sobre Deus”, de Erwin Lutzer.