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Muitas pessoas não sabem onde fica o Catar, e muito menos sobre a sua história. De forma resumida, o Catar fica na Ásia e é um dos países do Oriente Médio, e fica ao lado da Península Arábica; é um vizinho da Arábia Saudita. Os humanos chegaram nesse lugar que hoje chamamos de Qatar há pelo menos 50 mil anos. Mas a gente costuma falar que essa Península nunca foi uma área muito importante no sentido econômico porque se trata de um grande deserto. Essa região começou a ser mais visada quando o Islamismo surgiu e com isso vários reinos muçulmanos conquistaram outras áreas. Boa parte da história do Qatar foi sob domínio de outros Impérios. Primeiramente o Império Otomano e em seguida ficaram sob administração do Reino Unido. A independência do Qatar como um Estado é algo recente, aconteceu em 1971. O Qatar é um país muçulmano em que as leis religiosas também podem ser aplicadas na política. Se alguém cometer adultério, o artigo 88 da constituição deles diz que a pena para esse crime são 100 chibatadas! E isso chegou a acontecer: em 2006 uma mulher filipina foi condenada por adultério e recebeu 100 chibatadas. O maior problema é que a maioria das pessoas que são pegas nesses crimes são estrangeiros. Talvez por não conhecer as leis do local ou não acharem que isso é realmente crime. Consumir álcool também é um crime e a pena é cobrada em chibatadas. Se uma pessoa é pega blasfemando da fé islâmica, ela pode ser presa e ficar até 7 anos na prisão. O mesmo código penal do país afirma que a homossexualidade pode ser punida com a morte. Além de ser crime ser homossexual, a pessoa pode ser condenada à morte. Isso chegou até a administração da Copa e tem jogadores com medo de ir pro Catar. Um exemplo é o atleta Josh Cavallo, da Austrália e que se assumiu gay, nas eliminatórias para a Copa chegou a dar uma declaração pública dizendo que estava com medo. Além disso, o Qatar emitiu uma nota dizendo que não recomenda que casais LGBTQIA+ façam demonstrações de afeto em público, muito menos nos estádios. Uma outra característica muito importante sobre o Qatar é que eles recebem muitos imigrantes. Geralmente são pessoas que foram barradas nos EUA e em países da Ásia e vão para o Qatar tentar trabalhar. Mas o problema é que geralmente os trabalhos que esses imigrantes pegam não são os melhores e as condições são bem precárias. Existe um regime de trabalho no Qatar chamado Kafala. Esse modelo de trabalho diz que quando um trabalhador é imigrante ele estabelece o contrato diretamente com o seu contratante. Não existe uma CLT que afirma que determinada pessoa tem direitos básicos. Na prática, esse sistema de trabalho faz com que a pessoa vire um refém do empregador. O imigrante fica sujeito à autorização do patrão para realizar diversas atividades, como alugar imóvel, sair do país e até trocar de emprego. Além disso, o trabalhador tinha o passaporte retido pelo seu chefe que se negava a fornecer vistos para saída do país. Pra muitos, é considerado escravidão. Além disso, existe no Qatar a Lei da Tutela Masculina, onde se uma mulher quiser estudar, viajar, ter acesso a anticoncepcionais e se casar, ela precisa pedir autorização para o seu tutor. Normalmente o tutor é o marido ou o pai da mulher, mas pode ser o irmão. Existem ONGs internacionais que monitoram essa situação e denunciaram o Qatar por não permitir que as mulheres façam atividades básicas do dia a dia sem o aval dos homens, mas para que esse tipo de denúncia realmente mude alguma coisa muitas vezes demora anos!