Eurico Miranda foi um político e dirigente do Vasco da Gama, se tornando presidente do clube de 2001 a 2008 e depois de 2015 a 2018. Algumas vezes deputado, Eurico teve envolvimento com escândalos políticos e midiáticos. Em determinado momento foi acusado de envolvimento com sonegação fiscal e outras coisas. Em 2006 ele teve a sua candidatura indeferida pelo TRE do RJ, e segundo a juíza Jaqueline Montenegro, foi por falta de condições morais para exercer um mandato. Ele também foi acusado por envolvimentos em diversas irregularidades durante a liderança no Vasco. Houve um CPI pra apurar irregularidades do futebol brasileiro e Eurico estava em várias acusações. Em 1990, quando Eurico era vice-presidente do Vasco, o time cruz-maltino enfrentou o Atlético Nacional da Colômbia, durante a Libertadores, nas quartas de final. O primeiro jogo foi no Maracanã e o resultado se manteve em 0 a 0. Mas no segundo jogo, na cidade de Medelín, juízes e auxiliares foram ameaçados e subornados por homens que supostamente eram do Cartel de Medelín, comandado por Pablo Escobar. O Cartel era muito poderoso e já havia sido provado alguns envolvimentos dele no futebol colombiano, como uma maneira de fazer Escobar e o Cartel ganharem apoio popular com esse apoio direto no esporte que era tão popular. Mas casos de violência, ameaças a árbitros eram comuns. O ex-árbitro brasileiro Renato Marsiglia disse o seguinte sobre a relação entre o Cartel e o esporte: "Não foram poucos os árbitros que tiveram revólver na cara. Nenhum árbitro gostava de apitar na Colômbia, as federações não deixava. Não era novidade que o narcotráfico colombiano comandava o Nacional e o América de Cali. E tinha muita coisa de aposta. A gente ouvia falar em reuniões com árbitros colombianos. O primeiro lateral valia US$ 100, o primeiro amarelo, US$ 500. Se o pênalti valia US$ 10 mil, imagina o resultado do jogo? E esse dinheiro vinha do narcotráfico. A relação era essa." Eurico só soube das ameaças e tentativas de suborno depois do jogo (que acabou 2 a 0 para o Atlético Nacional). Assim que soube, Eurico decidiu ir até o Paraguai, na sede da Conmebol para impugnar o jogo. Após um debate acalorado na Conmebol que envolveu Eurico, dirigentes do Atlético Nacional e supostamente membros do Cartel, o jogo foi remarcado para o dia 13 de setembro no Chile. Mas o Vasco perdeu de 1 a 0.