#129
Quarenta e cinco minutos do segundo tempo e o último Boia de 2021 pinga na área, sozinho e sem goleiro.
Todo sólido, todo gás e todo líquido, Bruno Bocayuva organiza o miolo e lança para o avançado João Valente, impávido feito Muhammad Ali, dribla dois SUPers e um longboarder, toca de letra para Júlio Adler, tranquilo e infalível como Bruce Lee, ginga e deixa dois diretores de marketing no gramado e, em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico, num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico, chuta o esférico para fora - como sempre fez desde o primeiro dia.
Esse episodio, surpreenderá a todos não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto, quando terá sido o óbvio,
como esse plagio escancarado da pérola do Caetano - Um Índio, lançada no álbum “Bicho”, abre o lado B de um dos discos mais lindos do bom baiano.
Feliz 2022!