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A LOUCURA NOSSA DE CADA DIA

Se a gente quer que o mundo nos poupe, que comecemos por nós mesmas.

O “então, tá” entra nesse lugar, de não precisar estar certa e – mesmo estando – não ter a necessidade que alguém, além de nós mesmas, veja determinada questão, pessoa ou situação da mesma maneira que as vemos.

Porque depois dos 40 o sofá tem que ser confortável.

Assim como não dá mais para disfarçar a dor nas costas, não dá pra levar nas costas as dores. E existe também uma espécie de “sofá-emocional”, no qual as nossas convicções podem ficar sentadinhas sem, necessariamente, precisarem levantar para esticar as pernas. Elas já estão confortavelmente assentadas dentro da gente. E isso não quer dizer que não sejamos capazes de mudá-las de lugar. Quer dizer, simplesmente, que temos a dimensão sobre o quanto isso vale a pena. 

Depois dos 40 a gente já não quer saída para qualquer parte. Se for minimamente respeitosa com a história pessoal, já percebeu a diferença de uma batalha que vale a pena e uma luta desperdiçada pelo mau uso da energia emocional. 

E não dá para ser luta depois de batalha. Precisa ser conquista após luta.

Não há vida sem algum nível de desconforto e de inquietação. Inclusive porque isso seria tudo menos saúde mental.

A questão que se impõe é selecionar as questões que merecem mais tempo, mais leitura e permanência. 

Vivemos um movimento do opinionismo a qualquer preço. Todo mundo acha que a sua opinião tem de ser oferecida à coletividade. Não tem, não. A menos que esse seja o seu trabalho e, mesmo assim, bom senso é como água benta, se não fizer efeito, no mínimo, não piora o quebranto.

Escolher as próprias batalhas é o mínimo que se pode esperar de alguém que busca viver de maneira mais pacífica consigo mesmo.

| Cláudia Dornelles

www.claudiadornelles.com.br