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Eis a tão esperada segunda parte da conversa com o Nuno Pinheiro.
Comecei por querer saber quais os temas que seriam mais importantes, de acordo com a sua própria visão - eu a puxar pela vulnerabilidade do homem cheio de planetas em Carneiro mas, com o Saturno em Balança.
Surgiram as viagens, a transformação que elas nos permitem, as experiências que vivenciamos, a compreensão de que apesar de tantas diferenças culturais, religiosas ou outras, somos tão iguais nas nossas necessidades puramente humanas.
As diferenças das receitas para o mesmo “bolo”. A viagem como forma de conhecer o outro e a si mesmo através do outro. Olhar a mesma realidade.
Trevor McGregor - o alter-ego da poesia e do imaginário da infância (sou só eu a imaginar logo um pequeno Nuno de kilt a tocar gaita de foles? ;) )
As histórias de quem se safou por parecer Turco. A importância e a beleza da religiosidade presente também de uma forma diferente.
Falamos do gosto pela partilha e ensinamento através dos cursos - o chamado aos Homens e ao Masculino empoderado. Inteiro e livre para ser quem sentir que quer ser. A ainda, demasiado presente, pressão para a integração em temas bases do masculino e a solidão que isso provoca para quem tem interesses “fora” do esperado. O vazio existencial do homem na actualidade.
(Atenção, nesta parte da conversa mencionamos o caso “mulher-homem” de forma tradicional mas isto aplica-se a energia - energia masculina e feminina - sendo que um homem pode ser viril mas uma mulher também o pode ser - em função da energia que cada Ser sente como mais predominante em si).
Aqui, a importância de viver tranquilamente consigo próprio, sem necessidade de validação em comparação com a eventual necessidade de se agregar e deixar de se ser quem é. A mensagem é que todas as partes de cada um, são aceites, não são melhores ou piores. “Eu sou isto.” É trazer para fora quem se é.
A máquina de lavar roupa, o ser espremido até chegar ao processo de maturidade de “Eu sou”.
A capacidade de assumir as suas características e pontos de interesse como a aceitação da missão e propósito que a vida traz para ti. A solidão que faz parte do processo de autenticidade - aquela voz dentro de todos nós que nos diz “faz”. A voz da potência da individualidade de cada um.
A solidão como ponto de escolha entre dois caminhos - ou o salto para a frente ou a preferência para retroceder.
No geral, estamos todos numa certa infantilização, ao adiarmos o processo de solidão e de crescimento, o choque com as limitações, medos e outras realidades. A solidão é um meio para chegarmos à convivência com o outro.
Os estigmas do passado, também ainda presentes de algumas formas, em relação ao mundo da criatividade, da sensibilidade e da imaginação. As bolhas que fazem as pessoas fecharem-se em si.
O processo do nosso mapa astral como processo contínuo. O propósito enquanto seres individuais, tantas vezes, como um rasgar de tudo o que veio antes.
Sermos diferentes de todos os outros, mesmo da própria família.
Os anos da vida que passamos a “sobreviver” e a procura por algo mais que provoca o deslocamento.
Às vezes, a família, é a maior castração ou restrição ao desenvolvimento da potencialidade da pessoa.
“Eles estão a fazer aquilo que tu combinaste com eles”. A jornada do Herói e a própria história do “Panda do Kung Fu” como metáfora para esse rasgar com a cultura e estatuto e bolhas familiares. Sair da Lua para o Sol. As constelações familiares de forma a compreender quem são e compreender quem somos e para onde é o caminho. O deixar.
Assumir o seu sol e ir. E depois voltar. Diferente. Com algo mais.
“Este é o Nuno”.