Um jovem procurou um mestre de artes marciais, renomado por sua sabedoria.
Ao chegar, foi direto ao ponto:
— Mestre, quero aprender os segredos da sua técnica.
O mestre o convidou para uma demonstração. Mostrou um golpe simples, bem básico.
— Isso eu já sei fazer — disse o jovem.
O mestre insistiu com algo ainda mais simples.
— Também já sei, respondeu o rapaz, um pouco impaciente.
O mestre então fez um gesto inesperado:
— Vamos tomar um chá.
Sentaram-se. O mestre começou a servir. Encheu a xícara do rapaz. Quando já estava cheia, continuou servindo. O chá começou a transbordar, escorrendo pela mesa. O jovem, desconcertado, disse:
— Mestre… a xícara está cheia!
O mestre sorriu, olhou nos olhos dele e falou:
— Exatamente. Assim como essa xícara, você já veio cheio: de certezas, de respostas prontas. Como posso te ensinar algo novo, se você não está disposto a esvaziar-se primeiro?
Reflexão final:
Às vezes, para crescer, a gente precisa fazer o que parece mais difícil:
abrir mão do que acha que já sabe.
Porque aprendizado não entra onde não há espaço.
E sabedoria começa no silêncio de quem tem a coragem de se esvaziar.