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Na escola aprendemos primeiro a somar, e parece tão natural que passamos a vida toda somando coisas: brinquedos, roupas, dinheiro, casas, conquistas. Mas quase nunca nos perguntamos se a soma que fazemos é a soma que nos faz bem. De que adianta somar números se a conta não fecha no coração? Depois vem a multiplicação, que é somar várias vezes o mesmo. E é aí que mora um cuidado: multiplicar o errado também é fácil. Multiplicamos pressa, multiplicamos vícios, multiplicamos ansiedades. E cada repetição pesa como uma conta mal resolvida. Logo aparece a subtração, e ninguém gosta de perder. Mas a vida ensina: é justamente quando subtraímos o supérfluo que sobra espaço para o essencial. Subtrair rancor, vaidade, egoísmo… é abrir espaço para respirar de verdade. Por fim, chega a divisão. E muitos travam, como se dividir fosse sinônimo de perda. Mas dividir, na matemática da vida, é o contrário: é o gesto que multiplica sorrisos, é o ato que transforma o resto em inteiro na vida de alguém. E quando entendemos isso, percebemos que a verdadeira equação não está em somar apenas para nós, mas em dividir de modo que todos possam somar também. No fim, viver é aprender essa conta simples e, ao mesmo tempo, profunda: somar o que vale, subtrair o que pesa, multiplicar o que é bom e dividir para que ninguém fique sem nada. O resultado? A soma da felicidade geral. E talvez seja essa a única operação capaz de resolver a equação do mundo: entender que a vida é breve demais para ser conta de menos e preciosa demais para não ser dividida.