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Santo Agostinho dizia: todos sabemos o que é o tempo, mas não sabemos explicá-lo quando alguém nos pergunta. No horizonte da fé, o tempo é o espaço onde o amor de Deus se manifesta.

Muitas vezes comentamos: “como o tempo passa”. Mas, na verdade, não é o tempo que passa, somos nós que passamos por ele. O tempo nunca corre tão rápido que não possa ser aproveitado. Ele pode ser desperdiçado, mas jamais recuperado. Não pode ser guardado, apenas vivido. Cada dia tem validade de 24 horas.

Na infância, fomos aos poucos tomando consciência do tempo. Um dia alguém nos disse: “você já tem sete anos”. E parecia muito! Naqueles tempos, o Natal demorava séculos para chegar, a semana parecia um mês e o mês, um ano inteiro. Só o domingo passava depressa. Depois vieram os 14 anos, depois os tão esperados 18, quando o mundo parecia se abrir diante de nós.

Mais tarde, tivemos a sensação de que o tempo corria mais rápido. Vieram os 30, os 40, e, de repente, percebemos que já havíamos alcançado os 50. O tempo girava numa velocidade vertiginosa, e começamos a pensar no fim. Um dia, como em um programa de auditório, ouviremos a voz que dirá: “tempo esgotado”. E sem prorrogações.

Muitas vezes dizemos: “não tenho tempo para nada”. Mas isso é uma desculpa. Temos as mesmas 24 horas que tiveram São Francisco de Assis, Dante, Michelangelo, Colombo, Napoleão, Madre Teresa de Calcutá e o próprio Jesus Cristo. O mesmo tempo de um presidiário e de um piloto de Fórmula 1. A questão não é quanto tempo temos, mas como o usamos.

Enquanto temos tempo, precisamos aprender a distribuí-lo melhor. Estabelecer prioridades, para não repetir a frase: “não deu tempo”. Afinal, ninguém pode dizer que não tomou banho porque não deu tempo.

O tempo que gastamos com os irmãos não é tempo perdido, é tempo ganho. Não podemos alegar que não tivemos tempo para Deus. O tempo e a eternidade estão em nossas mãos.

Tenhamos, então, sempre tempo para os outros. Pois, no fim, as boas ações são a única moeda aceita na eternidade: o Tempo Definitivo.